Basílio

27 de setembro de 2016

Análise 3 - Ao braço do mesmo menino Jesus que apareceu (Padre Antônio Vieira) [Fragmento]


"O todo sem a parte não é todo; 
A parte sem o todo não é parte; 
Mas se a parte o faz todo sendo parte, 
Não se diga que é parte, sendo todo."

   Nesse fragmento do poema, Padre Antônio fala sobre coisas partidas e inteiras e faz um jogo de palavras com as mesmas. Padre Antônio quis passar a mensagem de que, se não houvesse a parte, não havia o todo, pois não haveria como saber o que é o todo se houvesse apenas a parte, e assim vice versa. Isso também vale para sentimentos, como felicidade e tristeza. Nesse caso, nós não poderíamos saber o que é ser feliz se houvesse apenas a tristeza. Para algo existir, é preciso o seu contrário, pois senão não saberíamos a diferença entre os dois.
   Também nesse fragmento, ele diz que não podemos dizer que algo é parte, se é um todo. Por exemplo: não podemos dizer que somos meio amados, quando somos inteiramente amados, é desmerecimento. Então, como o autor era um padre, provavelmente ele está se direcionando á religiosidade. Não se pode acreditar em mais de um deus (as “partes”), quando há somente um supremo no mundo (o “todo”).




Ithalo Vitipó

6 comentários:

  1. Sabe, Ithalo, acredito que o meio amor não exista... ou você ama, ou nem chega perto disso. Amor é algo intenso demais e, uma forma de o valorizarmos ainda mais é conhecendo, realmente, seu contrário, o ódio.
    Uma ótima análise! <3

    ResponderExcluir
  2. Muito interessante sua análise Ithalo, também vejo dessa forma, os opostos são necessários pois eles evidenciam o que realmente importa. Os sentimentos e a forma como cada um enxerga a vida são intensos, fazendo com que não exista o " meio amor".

    ResponderExcluir
  3. Fiquei encantada com sua análise <3, pois o texto é um pouco complicado. Essa questão dos contrários são essenciais, nos fazem criar valores e experiências. O que seria da alegria sem a tristeza? as pessoas iriam parar de valorizar os momentos bons, por se tornar algo simples se não houvesse seu contrário.

    ResponderExcluir
  4. Acredito que os contrários sejam necessários. Se não fosse assim, como existiria o bem, se não tivesse o mal? E o claro, sem o escuro? Até o vencedor, não seria vencedor se não houvesse um perdedor. E acaba que por causa disso, eles viram um só, viram partes de um todo.

    ResponderExcluir
  5. Esse trecho é o meu preferido postado no blog até agora e você fez uma ótima análise dele. Eu concordo bastante que para percebermos alguma coisa precisamos de seu contrário (todo), afinal nunca iríamos perceber a dor se nunca estivéssemos sãos em algum momento, por exemplo.
    Essa parte "(...)Não se diga que é parte, sendo todo.", por outro lado, achei um pouco mais complexa de entender mas os exemplos de amor e religião que você deu se encaixaram perfeitamente.

    ResponderExcluir
  6. Pessoal, há aqui um problema muito grave. Este texto não é de Padre Antônio Vieira. É um poema de Gregório de Matos. Sua análise fica muito prejudicada por isso, Ithalo. Como os outros integrantes não perceberam isso? Vocês não estão pesquisando sobre o texto antes de fazer o comentário? Vocês não associaram as caraterísticas do período literário ao texto. Mais uma observação: poemas têm que ser postados completos. Não tem como fazer análise apenas da primeira estrofe.

    ResponderExcluir