Basílio

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20 de novembro de 2016

Questões de vestibular II: Arcadismo

Foi reunido nessa postagem questões tiradas do Enem 2016,2015 e outros vestibulares.
Para ver mais questões sobre Arcadismo clique aqui.

QUESTÕES

1- (ENEM 2016 - Caderno Cinza) 

Soneto  VII

Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui  houve; eu  não  me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quando pode dos anos o progresso!

Árvores  aqui vi  tão  florescentes
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me  engano: a região esta  não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera.

(COSTA, C.M. Poemas. Disponível em  www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 7 jul  2012)

No soneto de  Claudio Manuel da Costa, a contemplação da  paisagem permite  ao  eu  lírico uma reflexão em que transparece uma

(A) angústia provocada pela sensação de solidão.

(B) resignação diante das  mudanças do  meio ambiente.

(C) dúvida existencial em  face do espaço desconhecido.

(D) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.

(E) empatia entre os sofrimentos do eu e  a agonia da terra.

2- (ENEM 2015 - Caderno Amarelo)

Casa dos Contos
& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &

(ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.)

O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que

(A) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.

(B) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.

(C) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.

(D) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.

(E) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.

3- (UEL)

Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho apresentado.

Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores poéticos no sentimentalismo, as __________ mais densas, dedicadas a __________, fizeram de __________ uma figura central do nosso Arcadismo.

a) crônicas – Marília – Dirceu.

b) crônicas – Gonzaga – Dirceu.

c) sátiras – Dirceu – Gonzaga.

d) liras – Gonzaga – Dirceu.

e) liras – Marília – Gonzaga.

4- (Enem 2008)

Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)
Aqui me torna a pôr nestes outeiros, 
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)

Aqui estou entre Almendro, entre Corino, 
Os meus fiéis, meus doces companheiros, 
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto, 
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia, 
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.

(Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.)

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.

b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.

c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.

d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.

e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

5- (Mackenzie)

Apontar a alternativa correta: 

a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em O Desertor. 
b) Na obra Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a administração de Luís da Cunha Menezes. 
c) Nessa obra o autor se disfarça sob o nome de “Doroteu” 
d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz passar a ação na cidade do Rio de Janeiro. 
e) Tomás Antônio Gonzaga tinha o pseudônimo de “Doroteu”.

6- (PUC)

Relacione as colunas:

1. Glauceste Satúrnio 
2. Alcindo Palmirendo 
3. Dirceu 
4. Termindo Sipílio 
5. Lereno

( ) Tomás Antônio Gonzaga 
( ) Cláudio Manuel da Costa 
( ) Basílio da Gama 
( ) Caldas Barbosa 
( ) Silva Alvarenga 

a) 3, 1, 5, 2, 4 
b) 3, 1, 4, 5, 2 
c) 1, 2, 3, 4, 5 
d) 3, 2, 4, 1, 5 
e) 3, 1, 4, 2, 5

7- (UFV)

Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Ornemos nossas testas com as flores
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)

Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:

a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranqüila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico.

GABARITO

1- RESPOSTA CORRETA: E
    COMENTÁRIO: Esse texto de Cláudio Manuel da Costa representa algumas características do Arcadismo, são elas: fugere  urbem, bucolismo e locus amoenus, que estão presentes no retorno ao  campo  e  no desejo explícito de  vida tranquila. Esse desejo de tranquilidade não corresponde à realidade, já que o eu lirico encontra um lugar diferente do qual ele lembrava.

2- RESPOSTA CORRETA: E
    COMENTÁRIO: "Esta  é uma questão de nível difícil,  pois – em   uma  leitura desatenta –  o  estudante pode  não perceber  a  relação entre o texto de  1975 e a produção  literária do século   XVIII.  O  aluno deve  observar que  o poema usado no  Exame tem   características estéticas do  Concretismo, mas  sua  referência  são  os poetas árcades, envolvidos com a Inconfidência  Mineira.
A  primeira  referência  ao movimento  literário do   século XVIII é  o   título:  “Casa dos  Contos” é um dos  prédios  do  sistema de  museus de  Ouro Preto  (antiga  Vila  Rica). A  construção  foi, originalmente, a  “Casa de  Contratos”, destinada ao  recolhimento de  impostos;  no  entanto,  em  1789, passou a ser a Sede da Administração e Contabilidade Pública da Capitania de Minas Gerais (daí ser  chamada Casa dos Contos) e serviu de prisão aos  Inconfidentes (entre eles, os Tomás Antônio Gonzaga e  Claudio Manoel da  Costa).
O estudante deve   perceber  que  o   poema  é  uma descrição do prédio  onde  os  inconfidentes foram  presos: “… em cada  porta…”, “… em  cada arco…”, “… em cada  porta”…, “… em cada fosso…”, “… em cada Claudio…”." 

3- RESPOSTA CORRETA: A

4- RESPOSTA CORRETA: A

5- RESPOSTA CORRETA: B

6- RESPOSTA CORRETA: D

7- RESPOSTA CORRETA: A

REFERÊNCIAS


POSTADO POR: Isabelle Soares

Questões de vestibular: Arcadismo

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelo e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)


1. (G1 - ifsp 2012)  Pode-se afirmar que se destaca no poema
a) o racionalismo, característica do Barroco.
b) o conceptismo, característica do Arcadismo.
c) o cultismo, característica do Barroco.
d) o teocentrismo, característica do Barroco.
e) o pastoralismo, característica do Arcadismo.

2. (G1 - ifsp 2012)  A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico
a) valoriza os trajes ricos da cidade.
b) despreza a vida humilde.
c) manifesta preocupação religiosa.
d) valoriza os benefícios de sua vida no campo.
e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo.

3. (Ufsm 2012)  Relacione as colunas e, na sequência, assinale a alternativa correspondente.

1. Estética barroca
2. Estética árcade

(     ) Apresenta texto poético claro, conciso, objetivo, com estrutura frasal geralmente em ordem direta.
(     ) Caracteriza-se por figuras de linguagem, tais como: metáfora, antítese, hipérbole, alegoria.
(     ) Registra a ambiguidade, valorizando os detalhes, os jogos de palavras, a tensão entre os opostos e o conflito exposto pelos contrastes.
(     ) Retoma o ideal de simplicidade, herdado do modelo clássico greco-romano, correspondente à tradição do equilíbrio e da racionalidade: a justa medida.

A sequência correta é
a) 1 – 1 – 2 – 2.
b) 2 – 1 – 1 – 2.
c) 1 – 2 – 2 – 1.
d) 2 – 1 – 2 – 2.
e) 1 – 2 – 1 – 2.

4. (Uepa 2012)  LXII

Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;
E o que 'té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.

O campo como locus amoenus, livre de mazelas sociais e morais, foi o grande tema literário à época neoclássica, quando a literatura também expressou uma resistência à Cidade, considerada então violento símbolo do poder monárquico e da corrupção moral. Interprete as opções abaixo e assinale aquela em que se sintetiza o modo de resistência expresso nos versos de Cláudio Manuel da Costa acima transcritos.
a) apego à metrificação tradicional
b) bucolismo e paralelismo
c) aurea mediocritas
d) inutilia truncat
e) fugere urbem


5. (Espcex (Aman) 2014)  Leia os versos abaixo:

“Se não tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.”

A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é
a) aurea mediocritas.
b) cultismo.
c) ideias iluministas.
d) conflito espiritual.
e) carpe diem.

6. (Uepa 2012)  “Sobre Bocage, sabemos que foi um homem situado entre dois mundos, entre as regras rígidas de um Arcadismo decadente, refletindo um mundo racional, ordenado e concreto, e a liberdade de um Romantismo ascendente, quando a literatura se abre à individualidade e à renovação".

(www.lpm-editores.com.br – 03.09.11)

O comentário acima nos permite concluir que Bocage sofreu a violência simbólica quando uma regra pastoril e neoclássica, disfarçada de gosto e verdade inquestionáveis, impediu parcialmente a expressão de sua liberdade criadora. Interprete os versos abaixo e assinale os que tematizam a resistência a tal regra.
a) Só eu (tirano Amor! tirana Sorte!)
Só eu por Nise ingrata aborrecido
Para ter fim meu pranto espero a morte.

b) Ó trevas, que enlutais a Natureza,
Longos ciprestes desta selva anosa,
Mochos de voz sinistra e lamentosa,
Que dissolveis dos fados a incerteza;

c) Das terras a pior tu és, ó Goa,
Tu pareces mais ermo que cidade,
Mas alojas em ti maior vaidade
Que Londres, que Paris ou que Lisboa.

d) Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

e) Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro.

Gabarito comentado:
1- Alternativa: E. As 3 primeiras alternativas estão incorretas, pois:. 
a) o racionalismo é uma característica do Arcadismo 
b) o conceptismo é uma característica do Barroco 
c) o cultismo é sim uma característica barroca, porém não está presente no texto 
d) o teocentrismo também é comum em textos barrocos, mas Deus não está no centro na obra, o centro seria Marília, 

2- Alternativa: D. Podemos chegar à conclusão que o texto é do período do arcadismo graças a enaltação do escritor aos legumes, vaqueiros e simplicidade. Assim, chegamos a conclusão que as alternativas estão incorretas, pois:.
a) ele não enaltece os trajes da cidade 
b) enaltece a vida humilde 
c) em momento algum o autor cita Deus ou qualquer outra divindade 
e) mostra implicitamente seu desejo pela vida no campo ao lado da amada 

3- Alternativa: B. Os poetas barrocos utilizavam do cultismo e viviam de altos e baixos, portanto suas obras eram mais "elaboradas" e carregadas de sentimentos, consequentemente de interpretações, contrastes e oposições dadas por metáforas, antíteses, hipérboles, etc. Já os escritores arcaicos iam para um lado mais simples, pastoril, equilibrado e racional. 

4- Alternativa: E.  Os versos de Cláudio Manuel da Costa revelam o desejo do eu lírico de afastar-se da cidade: “Se o bem desta choupana pode tanto,/ Que chega a ter mais preço, e mais valia, / Que da cidade o lisonjeiro encanto;” e refugiar-se no campo “Aqui descanse a louca fantasia”. 

5- Alternativa: A. Do latim, “mediocridade dourada”, aurea mediocritas são as palavras usadas pelo poeta latino Horácio para exaltar as vantagens de uma condição de vida simples, média, sem luxo, mas também distante da pobreza. Ele chama a amada e pede a ela que troque peças finas por coisas mais rústicas. Resistindo, ainda, a troca de estilo de vida. 

6- Alternativa: E. Mostra a resistência do escritor, a tristeza e raiva que estão caminhando juntas. Ele quer mostrar que ama intensa e verdadeiramente enquanto, ao mesmo tempo consegue penar. 

Sítio consultado:

http://listasetarefas.blogspot.com.br/2014/05/etapa-arcadismo.html . Acessado em: 20/11/2016 às 10:07

Postado por: Lara Machado  



23 de outubro de 2016

Questões sobre o Barroco


Questão 1
(VUNESP) 
      Ardor em firme coração nascido;
      pranto por belos olhos derramado;
      incêndio em mares de água disfarçado;
      rio de neve em fogo convertido:
      tu, que em um peito abrasas escondido;
      tu, que em um rosto corres desatado;
      quando fogo, em cristais aprisionado;
      quando crista, em chamas derretido.
      Se és fogo, como passas brandamente,
      se és fogo, como queimas com porfia?
      Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
      Pois para temperar a tirania,
      como quis que aqui fosse a neve ardente,
      permitiu parecesse a chama fria. 
O texto pertencente a Gregório de Matos apresenta todas as seguintes características:
a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.
d) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.

Questão 2
(Faculdade Objetivo – SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta:
a) O cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos.
c) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos, etc.
d) O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.
e) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos.

Questão 3
A alternativa que apresenta as principais características do Barroco é:
a) Racionalismo, Universalismo, perfeição formal, presença de elementos da mitologia greco-latina e humanismo.
b) Pastoralismo, bucolismo, nativismo, tom confessional, espontaneidade dos sentimentos e exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.
c) Preocupação formal, preferência por temas descritivos, objetivismo, apego à tradição clássica e vocabulário culto.
d) Subjetivismo e individualismo, eurocentrismo, patriarcalismo e nacionalismo exacerbado.
e) Apelo religioso, misticismo, erotismo, castigo como decorrência do pecado, fugacidade da vida e instabilidade das coisas.

Questão 4
A exaltação da forma, o culto à linguagem permeada por metáforas, conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval são características do
a) Classicismo.
b) Arcadismo.
c) Romantismo.
d) Barroco.
e) Condoreirismo.

Questão 5
Assinale a questão cujo trecho apresenta características próprias do Barroco no Brasil:
a) “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.”
b) “Alma minha gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida, descontente,/Repousa lá no Céu eternamente,/E viva eu cá na terra sempre triste./Se lá no assento etéreo, onde subiste,/Memória desta sida se consente,/Não te esqueças daquele amor ardente/Que já nos ollhos meus tão puro viste.”
c) “Última flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, esplendor e sepultura;/Ouro nativo, que, na ganga impura,/A bruta mina entre cascalhos vela.”
d) “Parece até que sobre a fronte angélica/Um anjo lhe depôs coroa e nimbo.../Formosa a vejo assim entre meus sonhos/Mais bela no vapor do meu cachimbo.”
e) “Lá na úmida senzala,/Sentado na estreita sala,/Junto ao braseiro, no chão,/Entoa o escravo o seu canto,/E ao cantar correm-lhe em pranto/Saudades do seu torrão.”


Questão 6

 (UNICAMP)A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como:
a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.
b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
 Questão 7

(ENEM)
3
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
Questão 8

 Leia com atenção o poema a seguir e marque a opção correta.
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos Guerra)

Sobre o tema central do soneto acima é correto dizer:
a) o eu-lírico aborda a superficialidade sobre as aparências.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.
Questão 9

(FEI)
“Em tristes sombras morre a formosura,
 em contínuas tristezas a alegria”
Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de linguagem é:
a) metáfora
b) aliteração
c) eufemismo
d) antítese
e) sinédoque


Gabarito das questões

1 – Alternativa “C”. A partir da análise “Lágrimas de amor: fogo e neve” podemos perceber o dualismo barroco presente no texto através da mistura de religiosidade e sensualismo, misticismo e erotismo, com ideias por meio de metáforas e uso de paradoxos.
 2 – Alternativa “D”. Padre Antônio era um escritor conceptista, que dispunha de jogos de ideias, conceitos que seguia um raciocínio lógico e nacionalista, e não cultista, como é dito na alternativa.
 3 – Alternativa “E”. Um dos principais autores do barroco brasileiro, Gregório de Matos, utilizava muito desse jogos de ideias que envolvia religiosidade e erotismo.

4 – Alternativa “D”. O barroco caracteriza-se principalmente pelo conflito entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval, estabelecendo assim um paradoxo entre a fé, o espiritual e o material.

5 – Alternativa “A”. No trecho, há uma das principais características do barroco: a alusão entre o amor de Deus, a culpa e o arrependimento.

6 – Alternativa “B”. As artes barrocas no Brasil só se desenvolveram a partir do século XVIII. Durante esse período, as igrejas seguiam o estilo barroco em sua construção, junto à ideologia da Contrarreforma, reforçando a alternativa B.

7 – Alternativa “C”. O barroco é muito caracterizado pela sua adoração ao divino, causando um distanciamento da resposta em relação as outras alternativas.

8 – Alternativa “D”. O eu-lírico, no poema, retrata seus sentimentos de amor e culpa através da antítese, ou seja, a oposição de ideias, característica do barroco. Dessa forma, a única alternativa correta é a D, pois as outras se distanciam muito desse sentimentalismo que o poema apresenta.
9 – Alternativa “D”. Como já foi dito acima, a figura de linguagem que expressa sentidos opostos de uma forma próxima, é a antítese. 

Sites acessados em 23/10/2016: http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-barroco-no-brasil.htm

https://descomplica.com.br/blog/literatura/questoes-comentadas-barroco/

Publicado e gabaritos feitos por: Ithalo Vitipó