Questão 1
(VUNESP)
Ardor em firme
coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
O texto
pertencente a Gregório de Matos apresenta todas as seguintes características:
a)
Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da
sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.
b) Sintaxe
segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar,
predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da
vida.
c) Dualidade
temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por
simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos
que tendem para o paradoxo.
d) Técnica
naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que
prenunciam o Romantismo.
e) Verificação
clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das
antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.
Questão 2
(Faculdade
Objetivo – SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do
Barroco, assinale a única alternativa incorreta:
a) O cultismo
opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres
por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b) Cultismo e
conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível
localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos.
c) O cultismo
é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras
semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual,
o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos,
paradoxos, etc.
d) O cultismo
na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais
ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da
Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.
e) Os métodos
cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o
conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de
Matos.
Questão 3
A alternativa
que apresenta as principais características do Barroco é:
a)
Racionalismo, Universalismo, perfeição formal, presença de
elementos da mitologia greco-latina e humanismo.
b)
Pastoralismo, bucolismo, nativismo, tom confessional, espontaneidade dos
sentimentos e exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.
c) Preocupação
formal, preferência por temas descritivos, objetivismo, apego à tradição
clássica e vocabulário culto.
d)
Subjetivismo e individualismo, eurocentrismo, patriarcalismo e nacionalismo
exacerbado.
e) Apelo
religioso, misticismo, erotismo, castigo como decorrência do pecado, fugacidade
da vida e instabilidade das coisas.
Questão 4
A exaltação da
forma, o culto à linguagem permeada por metáforas, conflito entre o humanismo
renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade medieval são
características do
a)
Classicismo.
b) Arcadismo.
c) Romantismo.
d) Barroco.
e) Condoreirismo.
Questão 5
Assinale a
questão cujo trecho apresenta características próprias do Barroco no Brasil:
a) “Pequei,
Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque
quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a
vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa,
que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.”
b) “Alma minha
gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida, descontente,/Repousa lá no Céu
eternamente,/E viva eu cá na terra sempre triste./Se lá no assento etéreo, onde
subiste,/Memória desta sida se consente,/Não te esqueças daquele amor
ardente/Que já nos ollhos meus tão puro viste.”
c) “Última
flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, esplendor e sepultura;/Ouro
nativo, que, na ganga impura,/A bruta mina entre cascalhos vela.”
d) “Parece até
que sobre a fronte angélica/Um anjo lhe depôs coroa e nimbo.../Formosa a vejo
assim entre meus sonhos/Mais bela no vapor do meu cachimbo.”
e) “Lá na
úmida senzala,/Sentado na estreita sala,/Junto ao braseiro, no chão,/Entoa o
escravo o seu canto,/E ao cantar correm-lhe em pranto/Saudades do seu torrão.”
b) aliteração
c) eufemismo
d) antítese
e) sinédoque
Questão 6
(UNICAMP)A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento
(1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria
representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição
dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da
Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em
Minas Gerais.
(Adaptado de
Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas
coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia
Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica.
Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando
as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como:
a)
renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo
reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de
Trento.
b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
Questão 7
(ENEM)
(BARDI, P. M.
Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos
assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca
no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por
um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas
(MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua
obra revela:
a) liberdade,
representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
Questão 8
Leia com atenção o poema a seguir e marque a opção correta.
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório
de Matos Guerra)
Sobre o tema
central do soneto acima é correto dizer:
a) o eu-lírico
aborda a superficialidade sobre as aparências.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.
Questão 9
(FEI)
“Em tristes
sombras morre a formosura,
em
contínuas tristezas a alegria”
Nos versos
citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste
em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O
nome desta figura de linguagem é:
a)
metáforab) aliteração
c) eufemismo
d) antítese
e) sinédoque
Gabarito
das questões
1 –
Alternativa “C”. A partir da análise “Lágrimas
de amor: fogo e neve” podemos perceber o dualismo barroco presente no
texto através da mistura de religiosidade e sensualismo, misticismo e erotismo,
com ideias por meio de metáforas e uso de paradoxos.
2 – Alternativa “D”. Padre
Antônio era um escritor conceptista, que dispunha de jogos de ideias, conceitos
que seguia um raciocínio lógico e nacionalista, e não cultista, como é dito na
alternativa.
3 – Alternativa “E”. Um dos
principais autores do barroco brasileiro, Gregório de Matos, utilizava muito
desse jogos de ideias que envolvia religiosidade e erotismo.
4 – Alternativa “D”. O barroco caracteriza-se principalmente pelo conflito
entre o humanismo renascentista e a tentativa de restauração de uma religiosidade
medieval, estabelecendo assim um paradoxo entre a fé, o espiritual e o material.
5 – Alternativa “A”. No trecho, há uma das principais características do
barroco: a alusão entre o amor de Deus, a culpa e o arrependimento.
6 –
Alternativa “B”. As artes barrocas no Brasil só se desenvolveram a partir do
século XVIII. Durante esse período, as igrejas seguiam o estilo barroco em sua
construção, junto à ideologia da Contrarreforma, reforçando a alternativa B.
7 –
Alternativa “C”. O barroco é muito caracterizado pela sua adoração ao divino,
causando um distanciamento da resposta em relação as outras alternativas.
8 –
Alternativa “D”. O eu-lírico, no poema, retrata seus sentimentos de amor e
culpa através da antítese, ou seja, a oposição de ideias, característica do
barroco. Dessa forma, a única alternativa correta é a D, pois as outras se
distanciam muito desse sentimentalismo que o poema apresenta.
9 –
Alternativa “D”. Como já foi dito acima, a figura de linguagem que expressa
sentidos opostos de uma forma próxima, é a antítese.
Sites acessados em 23/10/2016: http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-barroco-no-brasil.htm
https://descomplica.com.br/blog/literatura/questoes-comentadas-barroco/
Publicado e gabaritos feitos por: Ithalo Vitipó
Questão 3: não tem o nome da Instituição que elaborou a questão. A letra A está com problemas na redação.
ResponderExcluirResponder qual?
ExcluirQuestões 4, 5 e 8: também não apresentam o nome da instituição que elaborou.
ResponderExcluirA resposta da número 7 é letra D. Refaçam o gabarito.
ResponderExcluirA resposta da número 8 é letra C. Refaçam o gabarito.
ResponderExcluirPessoal, o que houve aqui? Quantos equívocos!
ResponderExcluir