Soneto:
"Ó tu do meu amor fiel traslado
Mariposa entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.
Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo que exalou, morro abrasado.
Ambos de firmes anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas.
Mas ai! que a diferença entre nós choro,
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro."
Gregório de Matos
Sítio consultado: https://pensador.uol.com.br/poesias_de_gregorio_do_matos/ - Acessado em: 24/09/2016
O poeta faz comparações entre o amor da mulher com ele e outras pessoas. A moça é quente com outros homens e se esfria quando chega perto dele, o que leva-o a desejar um pouco da morte. Ela seria fogo ardente e, nesse mesmo fogo, a mesma se acabava. Enquanto ele, ficava na brasa que restava, queimando-se; eram completamente contrários.
O eu lírico deseja imensamente a luz, mas esta é inalcançável, pelo menos enquanto as diferenças entre ele e a amada o fizerem chorar. Mesmo, em alguns momentos em que queimam juntos, não são completamente iguais...um grande fardo, mas não para ambos, apenas para o que possui o amor fiel.
Amei sua interpretação <3. No meu ponto de vista, o poeta tinha um sentimento muito profundo pela 'tal moça' que é retratada no poema, a ponto de desejar sua morte , pois eram cobertos por diferenças e ele era cercado por rejeições. Uma das partes que me chamou bastante atenção em sua análise foi "Um grande fardo, mas não para ambos, apenas para o que possui o amor fiel". Essa pequena parte mostra que apesar do sofrimento, o amor fiel é aquele que mesmo com diferenças e rejeições, mostrou ser verdadeiro até o último minuto, a ponto de carregar um enorme fardo pesado.
ResponderExcluirÓtima interpretação. Gostei. Minha interpretação, de forma resumida, foi que, o eu-lírico não é correspondido nesse amor ardente que ele possui em sua cabeça, e, por isso, acaba desejando a morte e não consegue chegar á luz. Também adorei sua última frase, muito bem pensada. Parabéns.
ResponderExcluirAdorei sua interpretação. Concordo com tudo o que disse, e acaba que isso que acontece com o eu lírico, às vezes nos acontece também.É o que achei mais interessante no texto. No fundo sempre temos aquele amor não correspondido.
ResponderExcluirInteressantes sua análise Lara. Conforme dito por Ithalo, o amor abordado no texto é aquele não correspondido com o poeta e sim com os outros Homens, se tornando um amor ardente, podendo levar até a morte, como já citado. Pelo fato de seu sofrimento passado e suas magoas guardadas no peito.
ResponderExcluirConfesso que achei o poema muito difícil de entender e sua análise me auxiliou bastante no entendimento. O eu lírico sente o que qualquer pessoa apaixonada poderia sentir, a rejeição, pois a amada não sente o mesmo "amor fiel" que ele sente por ela e, como citado, isso pode acabar levando à morte.
ResponderExcluirPessoal, e o que conversamos em sala? Sobre as características barrocas do texto. As interpretações estão boas, mas não bastam. Vamos melhorar isso?
ResponderExcluirDesculpa, mas não!
ResponderExcluirO soneto nem menciona uma mulher, menciona um animal chamado mariposa porque quer dizer que assim como a mariposa gira em torno do fogo sentindo atração por ele a ponto de, inclusive morrer ao cair no fogo, o eu lírico também sente atração por outra flama: o amor de uma mulher.
Mas ele circula uma "penha endurecida" e não consegue ser correspondido por isto implora "a morte" que não significa morte em si, mas o objetivo final da mariposa que foi cair nas chamas, ele deseja o amor de uma mulher.
adorei
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