Basílio

28 de outubro de 2016

Questões sobre o Barroco (atualizado)

No último post realizado pelo blog “Entre Aspas”, houve algumas questões sem o nome da instituição em que foram feitas ou algumas com alternativas erradas. Portanto, refiz o mesmo post, com algumas mudanças, retirando as questões que não possuíam o nome da instituição e refiz o gabarito de algumas, além de mais uma revisão que eu mesmo fiz sobre o assunto “Barroco”. Então, gostaria de pedir desculpas pelos equívocos feitos em meu post, que, agora, já estão todos corrigidos e revisados.
Ithalo Vitipó
Questões sobre o Barroco
(atualizado)

Questão 1
(VUNESP) 
      Ardor em firme coração nascido;
      pranto por belos olhos derramado;
      incêndio em mares de água disfarçado;
      rio de neve em fogo convertido:
      tu, que em um peito abrasas escondido;
      tu, que em um rosto corres desatado;
      quando fogo, em cristais aprisionado;
      quando crista, em chamas derretido.
      Se és fogo, como passas brandamente,
      se és fogo, como queimas com porfia?
      Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
      Pois para temperar a tirania,
      como quis que aqui fosse a neve ardente,
      permitiu parecesse a chama fria. 

O texto pertencente a Gregório de Matos apresenta todas as seguintes características:
a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.
d) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.

Questão 2
(Faculdade Objetivo – SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta:
a) O cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e no mesmo texto os dois elementos.
c) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos, etc.
d) O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da Sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.
e) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos.


Questão 3
 (UNICAMP) A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como:
a) Renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.
b) Barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) Escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) Popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
 Questão 4
(ENEM)

(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)

Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) Liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) Credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) Simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) Personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) Singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
Questão 5
(FEI)
“Em tristes sombras morre a formosura,
 em contínuas tristezas a alegria”

Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de linguagem é:
a)Metáfora
b)Aliteração
c)Eufemismo
d)Antítese
e)Sinédoque


Gabarito das questões

1 – Alternativa “C”. A partir da análise “Lágrimas de amor: fogo e neve” podemos perceber o dualismo barroco presente no texto através da mistura de religiosidade e sensualismo, misticismo e erotismo, com ideias por meio de metáforas e uso de paradoxos.

 2 – Alternativa “D”. Padre Antônio era um escritor conceptista, que dispunha de jogos de ideias, conceitos que seguia um raciocínio lógico e nacionalista, e não cultista, como é dito na alternativa.

3 – Alternativa “B”. As artes barrocas no Brasil só se desenvolveram a partir do século XVIII. Durante esse período, as igrejas seguiam o estilo barroco em sua construção, junto à ideologia da Contrarreforma, reforçando a alternativa B.

4 – Alternativa “D”. O barroco é um estilo artístico muito forte e presente em nosso país nos dias atuais. Tal arte, expressa muita personalidade e singularidade, tanto do artista que a fez, quanto da própria arte em si. Outra característica muito marcante do Barroco é a adoração ao divino. Por isso, as imagens sacramentais eram muito representadas nesse estilo artístico tão forte que é o Barroco. Além disso, o uso de feições populares também era muito recorrente na época que tais esculturas foram feitas.

5 – Alternativa “D”. A figura de linguagem que expressa sentidos opostos de uma forma próxima, é a antítese. 

Sites acessados em 23/10/2016:
http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-barroco-no-brasil.htm

https://descomplica.com.br/blog/literatura/questoes-comentadas-barroco/

Ithalo Vitipó

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