Basílio

20 de novembro de 2016

Questões de vestibular: Arcadismo

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelo e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)


1. (G1 - ifsp 2012)  Pode-se afirmar que se destaca no poema
a) o racionalismo, característica do Barroco.
b) o conceptismo, característica do Arcadismo.
c) o cultismo, característica do Barroco.
d) o teocentrismo, característica do Barroco.
e) o pastoralismo, característica do Arcadismo.

2. (G1 - ifsp 2012)  A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico
a) valoriza os trajes ricos da cidade.
b) despreza a vida humilde.
c) manifesta preocupação religiosa.
d) valoriza os benefícios de sua vida no campo.
e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo.

3. (Ufsm 2012)  Relacione as colunas e, na sequência, assinale a alternativa correspondente.

1. Estética barroca
2. Estética árcade

(     ) Apresenta texto poético claro, conciso, objetivo, com estrutura frasal geralmente em ordem direta.
(     ) Caracteriza-se por figuras de linguagem, tais como: metáfora, antítese, hipérbole, alegoria.
(     ) Registra a ambiguidade, valorizando os detalhes, os jogos de palavras, a tensão entre os opostos e o conflito exposto pelos contrastes.
(     ) Retoma o ideal de simplicidade, herdado do modelo clássico greco-romano, correspondente à tradição do equilíbrio e da racionalidade: a justa medida.

A sequência correta é
a) 1 – 1 – 2 – 2.
b) 2 – 1 – 1 – 2.
c) 1 – 2 – 2 – 1.
d) 2 – 1 – 2 – 2.
e) 1 – 2 – 1 – 2.

4. (Uepa 2012)  LXII

Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;
E o que 'té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.

O campo como locus amoenus, livre de mazelas sociais e morais, foi o grande tema literário à época neoclássica, quando a literatura também expressou uma resistência à Cidade, considerada então violento símbolo do poder monárquico e da corrupção moral. Interprete as opções abaixo e assinale aquela em que se sintetiza o modo de resistência expresso nos versos de Cláudio Manuel da Costa acima transcritos.
a) apego à metrificação tradicional
b) bucolismo e paralelismo
c) aurea mediocritas
d) inutilia truncat
e) fugere urbem


5. (Espcex (Aman) 2014)  Leia os versos abaixo:

“Se não tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.”

A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é
a) aurea mediocritas.
b) cultismo.
c) ideias iluministas.
d) conflito espiritual.
e) carpe diem.

6. (Uepa 2012)  “Sobre Bocage, sabemos que foi um homem situado entre dois mundos, entre as regras rígidas de um Arcadismo decadente, refletindo um mundo racional, ordenado e concreto, e a liberdade de um Romantismo ascendente, quando a literatura se abre à individualidade e à renovação".

(www.lpm-editores.com.br – 03.09.11)

O comentário acima nos permite concluir que Bocage sofreu a violência simbólica quando uma regra pastoril e neoclássica, disfarçada de gosto e verdade inquestionáveis, impediu parcialmente a expressão de sua liberdade criadora. Interprete os versos abaixo e assinale os que tematizam a resistência a tal regra.
a) Só eu (tirano Amor! tirana Sorte!)
Só eu por Nise ingrata aborrecido
Para ter fim meu pranto espero a morte.

b) Ó trevas, que enlutais a Natureza,
Longos ciprestes desta selva anosa,
Mochos de voz sinistra e lamentosa,
Que dissolveis dos fados a incerteza;

c) Das terras a pior tu és, ó Goa,
Tu pareces mais ermo que cidade,
Mas alojas em ti maior vaidade
Que Londres, que Paris ou que Lisboa.

d) Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

e) Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro.

Gabarito comentado:
1- Alternativa: E. As 3 primeiras alternativas estão incorretas, pois:. 
a) o racionalismo é uma característica do Arcadismo 
b) o conceptismo é uma característica do Barroco 
c) o cultismo é sim uma característica barroca, porém não está presente no texto 
d) o teocentrismo também é comum em textos barrocos, mas Deus não está no centro na obra, o centro seria Marília, 

2- Alternativa: D. Podemos chegar à conclusão que o texto é do período do arcadismo graças a enaltação do escritor aos legumes, vaqueiros e simplicidade. Assim, chegamos a conclusão que as alternativas estão incorretas, pois:.
a) ele não enaltece os trajes da cidade 
b) enaltece a vida humilde 
c) em momento algum o autor cita Deus ou qualquer outra divindade 
e) mostra implicitamente seu desejo pela vida no campo ao lado da amada 

3- Alternativa: B. Os poetas barrocos utilizavam do cultismo e viviam de altos e baixos, portanto suas obras eram mais "elaboradas" e carregadas de sentimentos, consequentemente de interpretações, contrastes e oposições dadas por metáforas, antíteses, hipérboles, etc. Já os escritores arcaicos iam para um lado mais simples, pastoril, equilibrado e racional. 

4- Alternativa: E.  Os versos de Cláudio Manuel da Costa revelam o desejo do eu lírico de afastar-se da cidade: “Se o bem desta choupana pode tanto,/ Que chega a ter mais preço, e mais valia, / Que da cidade o lisonjeiro encanto;” e refugiar-se no campo “Aqui descanse a louca fantasia”. 

5- Alternativa: A. Do latim, “mediocridade dourada”, aurea mediocritas são as palavras usadas pelo poeta latino Horácio para exaltar as vantagens de uma condição de vida simples, média, sem luxo, mas também distante da pobreza. Ele chama a amada e pede a ela que troque peças finas por coisas mais rústicas. Resistindo, ainda, a troca de estilo de vida. 

6- Alternativa: E. Mostra a resistência do escritor, a tristeza e raiva que estão caminhando juntas. Ele quer mostrar que ama intensa e verdadeiramente enquanto, ao mesmo tempo consegue penar. 

Sítio consultado:

http://listasetarefas.blogspot.com.br/2014/05/etapa-arcadismo.html . Acessado em: 20/11/2016 às 10:07

Postado por: Lara Machado  



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