No último post
realizado pelo blog “Entre Aspas”, houve algumas questões sem o nome da
instituição em que foram feitas ou algumas com alternativas erradas. Portanto,
refiz o mesmo post, com algumas mudanças, retirando as questões que não
possuíam o nome da instituição e refiz o gabarito de algumas, além de mais uma revisão que eu mesmo fiz sobre o assunto “Barroco”. Então, gostaria de
pedir desculpas pelos equívocos feitos em meu post, que, agora, já estão todos
corrigidos e revisados.
Ithalo Vitipó
Questões
sobre o Barroco
(atualizado)
Questão
1
(VUNESP)
Ardor em firme coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
O texto pertencente a Gregório de Matos
apresenta todas as seguintes características:
a) Trocadilhos, predomínio de
metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento,
antíteses claras dispostas em ordem direta.
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do
Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das
antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e
do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas,
predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o
paradoxo.
d) Técnica naturalista, assimetria
total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
e) Verificação clássica, temática
neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos
e das alegorias, construção assimétrica.
Questão
2
(Faculdade Objetivo – SP) Sobre
cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a
única alternativa incorreta:
a) O cultismo opera através de
analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas. O conceptismo
valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b) Cultismo e conceptismo são partes
construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor
e no mesmo texto os dois elementos.
c) O cultismo é perceptível no
rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras semânticas,
sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se
concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos, etc.
d) O cultismo na Espanha, Portugal e
Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre
nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da Sexagésima, propõe a primazia
da palavra sobre a ideia.
e) Os métodos cultistas mais seguidos
por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini e o conceptismo de Quevedo foi o
que maiores influências deixou em Gregório de Matos.
Questão 3
(UNICAMP)
A
arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553),
dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar
passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e
temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças
encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago,
“Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma
gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas,
cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São
Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando as informações do
enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como:
a) Renascentista, pois criava na
colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando os ideais
clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.
b) Barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) Escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) Popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
b) Barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) Escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) Popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
Questão 4
(ENEM)
(BARDI,
P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil,
1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de
detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte
influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do
pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em
pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) Liberdade, representando a vida de
mineiros à procura da salvação.
b) Credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) Simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) Personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) Singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
b) Credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) Simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) Personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) Singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
Questão 5
(FEI)
“Em tristes sombras morre a formosura,
em contínuas tristezas a alegria”
Nos versos citados acima, Gregório de
Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de
significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de
linguagem é:
a)Metáfora
b)Aliteração
c)Eufemismo
d)Antítese
e)Sinédoque
b)Aliteração
c)Eufemismo
d)Antítese
e)Sinédoque
Gabarito
das questões
1 – Alternativa “C”. A partir da
análise “Lágrimas de amor: fogo e neve” podemos perceber o dualismo
barroco presente no texto através da mistura de religiosidade e sensualismo,
misticismo e erotismo, com ideias por meio de metáforas e uso de paradoxos.
2 – Alternativa “D”. Padre
Antônio era um escritor conceptista, que dispunha de jogos de ideias, conceitos
que seguia um raciocínio lógico e nacionalista, e não cultista, como é dito na
alternativa.
3 – Alternativa “B”. As artes barrocas no Brasil só se desenvolveram a
partir do século XVIII. Durante esse período, as igrejas seguiam o estilo barroco
em sua construção, junto à ideologia da Contrarreforma, reforçando a
alternativa B.
4 – Alternativa “D”. O barroco é um estilo artístico muito forte e
presente em nosso país nos dias atuais. Tal arte, expressa muita personalidade
e singularidade, tanto do artista que a fez, quanto da própria arte em si.
Outra característica muito marcante do Barroco é a adoração ao divino. Por
isso, as imagens sacramentais eram muito representadas nesse estilo artístico
tão forte que é o Barroco. Além disso, o uso de feições populares também era
muito recorrente na época que tais esculturas foram feitas.
5 – Alternativa “D”. A figura de linguagem que expressa sentidos opostos
de uma forma próxima, é a antítese.
Sites acessados em 23/10/2016:
http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-barroco-no-brasil.htm
https://descomplica.com.br/blog/literatura/questoes-comentadas-barroco/
Ithalo Vitipó
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